29/04/2013


ENTREVISTA
MATANZA
PARA

26/10/2006

Minha intenção é divulgar a banda Matanza,
fornecendo informações para seus fãs,
respeitando o trabalho de quem realizou as
entrevistas, por isso divulgo o link original
com respectivo site onde se encontra a matéria.


entrevistas: Matanza / Ricardo Schott
Quinta-feira, 26 de Outubro de 2006 (0:50:37)


Lançando seu quarto CD, a banda carioca Matanza continua fazendo um som muito pesado, mistura total de country, metal e hardcore. O discurso continua politicamente incorreto e irônico, repleto de belas sacadas e boas histórias. Bem mais aprimorado, A Arte do Insulto prova que o quarteto não é banda de uma fórmula só. Por Ricardo Schott
Batemos um papo por telefone com Jimmy, que falou um pouco sobre o disco novo, as expectativas para os novos shows (a turnê da banda já está rolando), o amadurecimento do Matanza (cujo discurso, num país repleto de fãs de rock acostumados com letristas-gurus, corre o risco de ser levado a sério demais) e, como não podia deixar de ser, no caso de um grupo que vem divulgando seus novos clipes no YouTube, sobre internet. Leia aí:
Ricardo Schott Entrevista Matanza
O Matanza já gravou quatro CDs. O que a experiência em estúdio trouxe de melhor para a banda e no que o trabalho em estúdio deste disco diferiu dos anteriores?
Cara... foi do caralho mesmo. A gente continua desde o primeiro CD com a mesma equipe: tem o Rafa na produção, desde o começo, e vai ser até o fim; o Jorge Guerreiro trabalhando também desde o primeiro disco. Na verdade, eu diria que é mais do que a nossa própria experiência. É a de uma equipe inteira, que tá gravando o Matanza há seis anos. Te falo que esse disco novo é o mais próximo que chegamos do som que quisemos fazer. Mudamos algumas coisas, alguns captadores... Mas nossa preocupação não é a de fazer um peso acurado, é a de fazer uma massa sonora que passaria mais a nossa intenção. Quando pensamos o disco, dissemos: “vamos fazer uma maçaroca podrenga mesmo, amassada!” (rindo)
Você disse que o Rafael Ramos é pra sempre. Nunca rolou a idéia de trazer algum gringo pra trabalhar com a banda? Ou de ir lá pra fora gravar?
Olha, eu já falei isso até pra alguém que me perguntou... O dia em que o Rick Rubin quiser gravar a gente, mandamos o Rafa tomar no c* (risos). Mas enquanto isso não acontece...
Uma pergunta que você já deve ter respondido bastante nos últimos dias: a letra da faixa-título é endereçada a alguém?
Quando me perguntam isso, eu levanto o braço e mostro: "A todos!". Quem não é um verdadeiro imbecil, não é? Inclusive a gente...
Outra que você já deve ter respondido direto: se você puder escolher algo ou alguém para insultar hoje em dia, quem você escolheria?
Ah, um manezinho que fica ali no Palácio do Planalto, que neguinho chama de Presidente (risos). Esse eu insulto com prazer!
Quais têm sido as maiores influências do Matanza na atualidade? Andei lendo que você gosta de Pogues, música irlandesa em geral.
Com certeza. Temos ouvido The Dubliners, Pogues, Floggin Molly, muitas coisas irlandesas. "Estamos Todos Bêbados" (que fecha o disco) é inspirada no lance irlandês mesmo. Foram quatro litros de uísque para gravar, até por isso mesmo (rindo). Para gravar, chamamos o Rick Ferreira (banjo), o Carlos Malta (flauta), foi um lance bem legal.
Você tem idéia de quem é o público do Matanza atualmente? A banda agrada ao pessoal mais radical que curte som pesado ou pega uma galera de cabeça mais aberta?
Eu acho que o Matanza consegue falar com todo mundo que tem culhão. Mulheres com culhão (risos), homens com culhão, gente de camisa preta, verde, branca... De repente até gente de camisa rosa com culhão (risos). Contanto que seja uma pessoa que tenha atitude. A gente só não vai conseguir falar com quem tem falta de atitude, gente devagar, que fica blasé, deprimida, com sentimento de indefinição... Pensamos nas três coisas básicas, que são comer, foder e cagar.
Esse comportamento blasé tem sido maioria no rock atualmente, por sinal...
Pois é, verdade. Mas daqui a pouco eles vão se tocar, ficar mais velhos, começar a ouvir música de homem.

O Matanza tem quase todas as suas músicas compostas pelo Donida. Como é o trabalho em conjunto dentro da banda? As músicas nascem de conversas de vocês?
Na verdade, o que rola é o seguinte: quando vamos compor, ficamos sentados no bar bebendo e falando merda. Se alguma merda que a pessoa falar, rimar, ele dá metade da música para a pessoa que rimou. Se ele tiver que arrumar as palavras de alguma maneira, aí ele diz: “não, desculpa, mas travei". Na real, quem fala tudo sou eu, ele só põe as letras no lugar (risos).
O que você achou do desempenho do dualdisc do Matanza?
Do caralho, velho. O disco do Johnny Cash foi a coisa mais séria, mais maneira, que fizemos. Era uma coisa simbólica, um acerto de contas importante. A idéia era mostrar o que é o Johnny pra nós, mostrar que se não houvesse Johnny Cash não haveria Matanza. Foi a coisa mais marcante da banda, mostrou o que somos mesmo.
Mas em termos de vendagem foi bem?
Foi legal, levando em conta que era um produto mais caro que um CD... Não sei os números direito, nem procuro me envolver muito com isso, mas o disco se deu bem.
Aliás, e o tal DVD da série MTV Apresenta?
Não vai sair, esse projeto acabou dentro da MTV, não existe mais. Não foi muito bem lá no começo do ano passado e eles desistiram. Na verdade, levando isso em conta, talvez tenha até sido melhor que não tenhamos feito mesmo... Mas temos mesmo que fazer um DVD ao vivo. Em algum momento, mais cedo do que se imagina, vamos fazer isso.
As letras do Matanza têm um discurso bem irônico, que fala de violência, de bebedeira etc. Você acha que existe a hipótese da banda atrair um dia um público que de repente não enxergue essa ironia e leve isso a sério?
Olha, véio... acho que pode rolar isso sim, de pegarmos um público que leve isso a sério. Mas pode rolar que a gente consiga incutir neles essa ironia, que quebre esse astral radical das letras. Na verdade, neguinho entende as paradas da maneira que quer e sempre tem alguém que entende as paradas de maneira errada. Pode até acontecer de colar uns malucos meio esquisitos no show, mas depois nego se toca.
De repente alguém que pegue uma música como "Meio Psicopata" (do disco novo) e ache que aquilo é a vida de vocês...
Pô, se nego achasse que depois de quatro discos a gente vive desse jeito, não estaríamos mais vivos (risos).
Aliás, até onde vocês iriam para divulgar o som da banda? Existe a possibildade de vermos o Matanza num Domingão do Faustão, por exemplo?
Pô, eu iria ficar amarradão. Brother, imagina se o maluco me desse uma chance, de aparecer na TV e falar pra todo mundo que "devo nada pra ninguém, bebo se eu estiver a fim,a minha vida é minha e a sua que se foda" (risos)...
O Matanza teve clipes lançados no YouTube. O que você acha do sistema e dessa perseguição da ABPD a quem baixa música da intenet?
Eu acho que, na verdade, a gente tem que discriminar os dois lados da pirataria. Tem a pirataria brasileira, que é a do maluco ladrão que compra uma impressora de CD, copia o disco, vende o CD por 4 reais... Esse cara tem que ser preso. Já o cara que troca arquivos pela internet... Olha, isso é assunto pra dez dias, mas só posso te dizer que isso é do caralho e que quem acha que não é, tá maluco. A maneira que as pessoas vão ter que arrumar para se virar, isso alguém vai ter que resolver. Quanto ao YouTube, é do caralho. Estamos fazendo a turnê de lançamento e mesmo as pessoas que ainda não têm o disco, conhecem as músicas do CD novo que tocamos no show. O cara que fez o YouTube ainda provou que dá pra ganhar dinheiro com internet, você vê o lance da venda pro Google (rindo).
E como está o show novo?
Estamos tocando música pra caralho! O show tá bem grande, estamos ralando pra cacete, são 23 músicas, tem música de todos os discos. Tá maneiríssimo, eu estou me divertindo muito. Quem for num show nosso não esquece.
Formação:
- Jimmy London, vocal;

- Donida, guitarra;

- China, baixo;

- Fausto, bateria

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