ENTREVISTA
MATANZA
MATANZA
PARA
18/01/2006
Minha intenção é divulgar a banda Matanza,
fornecendo informações para seus fãs,
respeitando o trabalho de quem realizou as
entrevistas, por isso divulgo o link original
com respectivo site onde se encontra a matéria.
Matanza - Desculpe-nos Sr. Johnny Cash!
“To Hell With Johnny Cash”... só mesmo o quarteto carioca MATANZA para por em prática uma idéia maluca como esta. Fazer versões hardcore (ou country-core) para músicas deste tradicional cantor country não é para qualquer indivíduo. Com dois CDs em seu curriculum e alguns shows já apresentados, a banda ainda aproveitou e lançou, com iniciativa da Deckdisc, o primeiro DUALDISC nacional, contendo um pequeno documentário sobre a gravação deste interessante produto. Para falar sobre o lançamento, e comentar um pouquinho sobre a carreira da banda, conversamos com o vocalista Jimmy, que deu um rápido parecer, entre uma cerveja e outra, sobre o inferno que Mr. Cash deve estar vendo lá de cima.
Whiplash! – Não há como ouvir o Matanza e não lembrar de bandas como Motörhead, Nashville Pussy e Velhas Virgens. Alguma destas bandas influencia vocês?
Whiplash! – Vocês se consideram como uma banda de “countrycore”, mas eu percebo fortes pitadas do punk rock em seu som. Como surgiu este termo?
Jimmy - Simplesmente juntando o que nós queríamos tocar com o que conseguimos tocar, aí surgiu o country core. Se tem pitadas punks, elas devem aparecer nas horas mais toscas, onde a gente toca tudo errado. Sabe como é, bebum que toca errado, só pode ser punk.
Whiplash! – No livreto que acompanha “To Hell With Johnny Cash” vocês escreveram a singela frase: “... ao Sr. Johnny Cash... desculpe qualquer coisa”. O que queriam dizer com isso?
Jimmy - Exatamente o que esta escrito. Nós desvirtuamos as músicas, mandamos a arte do cara pro inferno. Se eu entendi bem a personalidade do cara em tudo que eu li sobre ele, acho que ele iria rir muito, mas se ele não gostar, ta aí um fantasma que eu não quero puxando meu pé de noite, então pedimos logo desculpa.
Whiplash! – Como surgiu a idéia de gravar versões mais rápidas de músicas do cantor Johnny Cash? Não é algo ousado para uma banda que só possui dois álbuns em sua carreira?
Jimmy - Eu não me canso de dar méritos à gravadora por isso. Só na Deckdisc um artista como o Matanza poderia fazer isso, e eu acho essencial para a nossa carreira ter feito logo esse projeto. A idéia não surgiu, ela sempre existiu, mesmo antes da banda. A nossa vontade de fazer o disco era enorme, e eu acho o melhor resultado que já tivemos em uma gravação.
Whiplash! - "Five Feet And Rising” e “Cry, Cry, Cry” são destaques num CD muito interessante, mas curto. Não pensaram em gravar mais músicas, ou expandir o repertório para outros cantores “country”, principalmente os da nova geração, como Garth Brooks?
Jimmy - Nunca. O nosso country é formado pela velha-guarda: Johnny Cash, Willie Nelson, Merle Haggard, e por coisas ainda mais antigas, como o Bluegrass e seus heróis do início do século passado. Essas coisas, sim, temos vontade de gravar ainda.
Whiplash! - A produção, levada por Rafael Ramos (o Jack Endino brasileiro), ficou muito boa. Inicialmente a idéia era apenas gravar alguns “singles”. Quando vocês perceberam que iriam partir para um álbum completo?
Jimmy - Quando fomos fazer a segunda leva de singles e o disco todo ficou pronto em uma noite. E quando é assim, você não pode dar mole, tem que aproveitar e fazer, porque nunca um álbum veio tão facilmente pra gente.
Whiplash! - “Música para beber e brigar” é uma ode ao estilo selvagem do rock and roll: com o famoso sexo, drogas e rock... qual era a intenção de vocês ao gravarem músicas como “O último bar” e “Pé na porta, soco na cara”?
Jimmy - Mandar todo mundo a merda, sinceramente. Não agüentamos mais esse clima de banda politicamente correta, e neguinho rimando amor com dor e achando que tá fazendo música. Não é possível que todo mundo só goste disso, até por que nós não gostamos, e nossos amigos também não, então tava faltando alguma banda pra falar disso. Longe de fazemos qualquer apologia a violência, poderíamos estar falando sobre comer vidro, era só para falar alguma coisa que parece que se perdeu nesses últimos anos limpinhos e sem graças que a musica vem atravessando.
Whiplash! - De quem é o possante aclamado em “Interceptor V6”?
Jimmy - Na verdade é de um Dodge Charger V8, 1968, nacional. Mas como a gente não conseguia nada pra rimar com V8, teve que ser V6 mesmo.
Whiplash! - E o que vocês queriam dizer na música “Bom é quando faz mal”?
Jimmy - Não dá pra ser mais explícito do que a letra: saía de casa, e pare de se cuidar, porque a morte está mais perto do que você imagina.
Whiplash! - Não pude deixar de notar o grande destaque de “Bebe, Arrota e Peida”. Há algum caráter auto-biográfico nas letras deste álbum?
Whiplash! - Falando do primeiro álbum, apesar do humor sacana, “Santa Madre Casino” parece um disco romântico, à moda do Matanza. Como vocês decidiram o contexto lírico do CD?
Jimmy - O primeiro disco foi um apanhado de todas as músicas que o Matanza tinha composto desde o início da banda, não teve uma direção lírica. Somente no segundo e que passamos a ter esse tipo de sofisticação.
Whiplash! - “Eu não bebo mais” é a afirmação usada por todo beberrão num momento de ressaca. O Matanza tem a cerveja como parte influente em sua história?
Jimmy - Mais do que podemos, menos do que queríamos...
Whiplash! - A banda realmente experimentou “As Melhores Putas do Alabama”?
Jimmy - O que acontece na estrada, fica na estrada...
Whiplash! - O formato DUALDISC já é realidade lá fora, mas o Matanza lançou o primeiro DUALDISC nacional, mesmo que ele tenha sido fabricado lá fora. Porque optaram por este formato?
Jimmy - Mais uma iniciativa da Deck. Eles levantaram a bola, e nós fomos junto. Mérito deles.
Whiplash! - A banda iria participar do projeto “MTV Apresenta”. Como estão os planejamentos e o que podemos esperar desta parceria?
Jimmy - O projeto não existe mais, então acho que ficou pra história esse DVD.
Whiplash! - Como está a agenda de shows? Vocês já apresentaram as versões infernais do Matanza para os clássicos de Mr. Cash ao vivo?
Jimmy - Tocando muito, sem parar, e com certeza sempre tocando algumas músicas do último disco. Esperamos estar na cidade de quem estiver lendo essa entrevista o mais breve possível.
Whiplash! - Obrigado pela entrevista e sorte no futuro.
Jimmy - Drink it up, man, its long after ten!!!!!!
Sobre Rafael Carnovale
Nascido em 1974, atualmente funcionário público do estado do Rio de Janeiro, fã de punk rock, heavy metal, hard-core e da boa música. Curte tantas bandas e estilos que ainda não consegue fazer um TOP10 que dure mais de 10 minutos. Na Whiplash desde 2001, segue escrevendo alguns desatinos que alguns lêem, outros não... mas fazer o que?
Mais matérias de Rafael Carnovale no Whiplash.Net.
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